O exercício regular pode combater alguns dos efeitos prejudiciais do consumo de álcool, sugerem os primeiros resultados de um novo estudo.
No estudo, o consumo excessivo de álcool foi associado a danos na matéria branca do cérebro, mas apenas entre aqueles que não praticavam muito exercício. Para aqueles que se exercitavam regularmente, não havia nenhuma ligação entre beber em excesso e danos da substância branca.
A substância branca constitui "cabos" no cérebro que permitem às diferentes áreas comunicarem-se. Por causa dos danos ao cérebro dos bebedores no estudo, a "matéria branca não está a transportar mensagens entre as áreas do cérebro de forma tão eficiente como seria normal", disse Hollis Karoly, da Universidade de Colorado.
Os pesquisadores ressaltaram que os resultados não significam que você pode beber o quanto quiser, desde que faça exercício. Beber em excesso é mau para muitos órgãos do corpo, não apenas para o cérebro. E o estudo apenas olhou para a substância branca - é possível que o exercício não melhore danos noutros componentes do cérebro, tais como a matéria cinzenta.
Além disso, o estudo só olhou para os cérebros dos participantes num ponto no tempo. Para encontrar a razão para a associação, é necessária mais investigação que siga as pessoas ao longo do tempo. Pode ser que pessoas que se exercitam também se envolvam noutros comportamentos que melhoram a sua saúde do cérebro (como a alimentação saudável), ou que o exercício ao longo de muitos anos seja necessário para ter algum tipo de efeito protetor.
O estudo deve encorajar outros pesquisadores a investigar a ligação entre o exercício, o consumo de álcool e a saúde do cérebro, disse Karoly. No futuro, o exercício pode ser prescrito como um complemento ao tratamento para pessoas com transtornos de abuso de álcool, disse ela. Pesquisas anteriores já haviam mostrado que o consumo de álcool prejudica a substância branca, enquanto que o exercício traz benefícios para o cérebro. O novo estudo que examina a ligação entre os dois "foi o próximo passo lógico", disse Karoly.
O estudo envolveu 60 pessoas cujos cérebros foram escaneados, e responderam a perguntas sobre o seu consumo de álcool e hábitos de exercício. Mais pesquisas são necessárias também para saber se os resultados se aplicam às pessoas diagnosticadas transtornos de consumo de álcool. O estudo foi publicado a 16 de abril na revista Alcoholism: Clinical & Experimental Research.