Baixos níveis de melatonina, uma hormona envolvido no ciclo vigília-sono, podem aumentar o risco de diabetes tipo 2 em mulheres, sugere um novo estudo.
No estudo, as mulheres que tinham níveis baixos de melatonina à noite tinham o dobro do risco de desenvolver diabetes tipo 2 ao longo de um período de 12 anos, em comparação com mulheres que tinham altos níveis de melatonina.
A ligação entre os baixos níveis de melatonina e diabetes tipo 2 manteve-se, mesmo depois de os pesquisadores levaram em conta outros fatores que podem aumentar o risco de diabetes, tais como a idade, o peso, o nível de atividade física e a duração do sono. No entanto, o estudo apenas descobriu uma associação, sendo que não pode provar que os níveis de melatonina baixos causam diretamente a diabetes tipo 2.
Mas as descobertas levantam a questão de se o aumento dos níveis de melatonina das pessoas, através de suplementos ou exposição prolongada à escuridão, podem diminuir o risco de diabetes. Estudos anteriores sugeriram que a melatonina pode desempenhar um papel importante na diabetes do Tipo 2.
Num estudo, os suplementos de melatonina na alimentação de ratos protegidos fez com que os animais desenvolvessem diabetes quando alimentados numa dieta rica em gordura. Numa outra, as mutações nos genes envolvidos na sinalização de melatonina estavam associados com um aumento do risco de diabetes.
O novo estudo envolveu 370 mulheres que desenvolveram diabetes tipo 2 entre 2000 e 2012 (mas não tinham a condição antes do início do estudo), e 370 mulheres que não desenvolveram diabetes. Amostras de urina foram coletadas de manhã, como uma forma de medir os níveis de melatonina produzida durante a noite (um subproduto de decomposição melatonina pode ser utilizada para estimar os níveis de melatonina).
Fatores que podem diminuir os níveis de melatonina incluem: distúrbios do sono, duração do sono curto, trabalhar em turnos da noite e tomar certos medicamentos, tais como os beta-bloqueadores. O estudo incluiu na sua maioria mulheres brancas, por isso não está claro se os resultados se aplicam a homens ou a outros grupos étnicos, segundo os pesquisadores.
E porque é necessária mais investigação para confirmar as descobertas, é muito cedo para recomendar que as pessoas começem a tomar melatonina para reduzir o risco de diabetes, disseram os pesquisadores. O estudo é publicado hoje (3 de abril) no Journal of the American Medical Association.