Um complexo de templo recém-descoberto no vale de Oaxaca, no México, revela indícios de uma hierarquia especializada de sacerdotes - que podem ter cometido sacrifício humano.
A evidência de tal sacrifício está longe de ser conclusiva, mas os pesquisadores descobriram um dente humano e parte do que pode ser um osso de membro humano numa sala repleta de restos de animais sacrificiais do templo e lâminas de obsidiana.
O templo data de 300 AC, quando era usado pela civilização zapoteca, no que é hoje Oaxaca. Os arqueólogos têm escavado um sítio no vale chamado El Palenque há anos. O local é o centro do que uma vez foi um mini-estado independente.
Entre 1997 e 2000, os pesquisadores descobriram e estudaram os restos de um complexo de palácio com 850 metros quadrados, completo com uma praça no lado norte do local. A datação por radiocarbono e as cinzas abundantes revelam que o palácio incendiou por volta de 60 AC.
Agora, os arqueólogos desenterraram um complexo de edifícios ainda maior no lado leste de El Palenque. A área sem muros parece ser um complexo de templo, que consiste num templo principal ladeado por dois edifícios menores. Há também pelo menos duas residências, provavelmente, para os sacerdotes, bem como um número de fornalhas onde podem ter sido feitas ofertas.
Todo o complexo mede cerca de 5.000 metros quadrados e o templo principal só tem 380 metros quadrados. A sala principal do templo principal estava repleta de artefatos, incluindo a casca, mica e ornamentos de alabastro, relataram os pesquisadores a 22 de abril na revista Proceedings of National Academy of Sciences.
Os arqueólogos também encontraram vasos de cerâmica, assim como braseiros de incenso. Lâminas de obsidiana e lanças sugerem que os sacerdotes se envolviam no ritual de derramamento de sangue e sacrifício de animais, assim como indicam os restos de perus, pombos e outros animais na lareira do templo.
Foi nesta sala que o dente humano e o possível osso do membro humano foram descobertos, embora os pesquisadores não possam dizer com certeza se os ossos eram um sinal de sacrifício humano no templo. O templo principal também continha uma cozinha muito maior do que aquelas encontradas em famílias de El Palenque, sugerindo que os cozinheiros preparavam refeições para grupos grandes neste local.
Atrás do templo estão várias salas de células semelhantes, talvez lugares para os sacerdotes em treino ou sacerdotes de baixo escalão dormirem. Também atrás do templo, os arqueólogos descobriram dois edifícios que parecem residências sacerdotais. Estes edifícios eram de barro com piso e paredes espessas, com fogueiras no interior, característicos das casa de El Palenque.
Ao contrário de outras casas na cidade, no entanto, estas escavações provavelmente sacerdotais revelaram alguns frascos utilitários, frigideiras e pedras de moagem -, mas havia muitos pratos de servir. Os artefatos sugerem que os sacerdotes não cozinhavam a sua própria comida, mas eram servidas refeições nos seus quartos por servidores do templo.
Como o palácio, o complexo do templo foi queimado e parece ter caído em desuso até ao final do primeiro século AC, ou o primeiro século DC, tornando-se o mais antigo templo descoberto no vale de Oaxaca. Entre os restantes mistérios do local está um corpo encontrado enterrado às pressas numa das fornalhas do templo.
De acordo com os pesquisadores, o esqueleto foi encontrado "numa posição apertada que resultou no crânio a descansar no canto sudeste da fornalha e um joelho a cutucar o seu canto noroeste."
As pessoas dizem que agora vivemos na barbárie, só dizem isso porque não conhecem nosso passado.
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