O início do conclave papal para eleger um novo chefe da Igreja Católica tornou algumas pessoas preocupadas com a crença de que o fim está próximo.
Esses crentes interpretam duas profecias medievais para dizer que o próximo Papa eleito será o último antes do fim do mundo. Uma profecia supostamente vem de um arcebispo do século 12, o outro do não menos famoso Nostradamus.
O primeiro conjunto de profecias, conhecidas como as profecias de São Malaquias, forão supostamente escritas pelo próprio santo, um arcebispo nos anos 1100. No entanto, essas profecias não foram publicados até 1595, quando um monge beneditino alegou tê-las encontrado, a Igreja Católica não as considera como sendo escritas por São Malaquias.
Estas profecias consistem em 112 frases curtas, cada uma das quais tem sido interpretada para representar um papa particular, em ordem. As frases são bastante precisas até cerca de 1590, mas ficam um pouco vagas após esse ponto, dando credibilidade à sugestão de que eles são uma falsificação do século 16.
Por exemplo, o Papa Adriano IV, que liderou a Igreja Católica entre 1154 e 1159, é descrito como "do campo branco, humildemente nascido na cidade de St. Albans", que representa com precisão o berço do papa em Inglaterra.
Relativamente aos papas pós-1590 a especificidade é muito menor: por exemplo Leão XI, que foi brevemente papa, em 1605, coincide com a entrada na lista que simplesmente diz "homem ondulado." Bento XIV (1740-1758) recebe o descritor "animal país". Paulo VI (1963-1978) é simplesmente "flor das flores".
Isso não impediu que os crentes interpretassem as frases vagas para coincidir com algum evento ou característica percebida de cada papa. Sob essas interpretações, o Papa João Paulo II, que morreu em 2005, foi papa No. 110, "a partir do trabalho do sol", assim definido, os crentes dizem, porque havia eclipses solares em algum lugar do mundo, quando João Paulo II nasceu e no dia do seu funeral.
Isso faz do Papa recentemente resignado Bento XVI, o nº 111, a "glória da oliveira". Os defensores dizem que este descritor se encaixa porque Bento escolheu seu nome papal em honra do santo que fundou a Ordem Beneditina, que tem uma filial chamada Olivetana (de que Bento XVI não foi um membro).
Sendo Bento XVI o No. 111, o próximo Papa será o No. 112, e o último da lista. "Na perseguição final da Santa Igreja Romana, vai sentar-se Pedro, o Romano, que irá pastar as suas ovelhas em muitas tribulações, e quando estas coisas terminarem, a cidade das sete colinas será destruída e o juiz terrível julgará as suas pessoas. Fim".
Estas supostas tribulações não vão demorar muito, dizem alguns crentes. Para os crentes, Nostradamus previu que o último Papa vai fugir de Roma em dezembro, quando "dois sóis" parecem aparecer no céu. A profecia está a circular online combinada com a sugestão de que o segundo "sol" será o cometa ISON, que estará próximo do sol a 28 de novembro de 2013.
Se o cometa sobreviver à sua passagem rente ao sol, pode balançar para trás pela Terra, potencialmente brilhando o suficiente para ser visível à luz do dia. Mas a profecia de Nostradamus é, como todas as suas quadras de quatro linhas, não datadas, e não se referem especificamente ao papa final. O original (traduzido do francês) lê-se:
"A grande estrela por sete dias arderá
Então abertamente claro como dois sóis que aparecem
O cão de grande passa a noite toda uivando
Enquanto o grande Pontífice deve mudar o seu território."
Sem surpresa, as mãos apocalípticas antigas foram interpretando ao presente a profecia em muitos momentos, com pelo menos uma fonte online a sugerir que foi concebida para prever o Papa João Paulo II em fuga de Itália durante uma invasão muçulmana. Outra espera pela III Guerra Mundial.
As interpretações intermináveis sugerem que o reinado do próximo papa possa estar cheio de teorias da conspiração. Mesmo que este papa e tenha um pontificado sem incidentes apocalípticos, é improvável que os teóricos do Juízo Final desapareçam.
Ambos Nostradamus e o autor das profecias de São Malaquias usaram uma forma de escrita bastante vaga, em que as frases podem ser torcidas significando quase nada. E as previsões do fim-do-mundo são tecidas no tecido da história humana, que remonta há milhares de anos. Em 1500, os astrólogos predisseram que os planetas se alinhavam, terminando o mundo.
Em 1844, o pregador batista William Miller previu o dia do Juízo Final para 22 de outubro. Em 2011, o pregador Harold Camping previu o Arrebatamento para 21 de maio, seguido pelo Dia do Julgamento a 21 de outubro. E, em 2012, muitas pessoas acreditavam no apocalipse Maia.
Se as profecias do Papa não funcionarem, há mais previsões à espera nos bastidores, incluindo prognósticos numerológicos estabelecidos para 2040 e 2080, e especulações de Sir Isaac Newton, cujos cálculos a partir da Bíblia levaram-no a acreditar que o mundo pode acabar em 2060.