A Internet é um lugar amigável para os comportamentos animais queridos e estranhos capturados na câmara.
Mas, além de entreter as massas, esses vídeos amadores virais ás vezes documentam comportamentos que são raramente vistos, e eles podem ajudar os cientistas a compreender como as espécies interagem umas com as outras, dizem alguns pesquisadores.
Mas, além de entreter as massas, esses vídeos amadores virais ás vezes documentam comportamentos que são raramente vistos, e eles podem ajudar os cientistas a compreender como as espécies interagem umas com as outras, dizem alguns pesquisadores.
"Eles não são substitutos para a pesquisa hardcore, mas eles são muito valiosos para as pessoas que não vão ver algumas coisas", disse à LiveScience Marc Bekoff, um ex-professor de ecologia e biologia evolutiva na Universidade do Colorado. "Do ponto de vista pedagógico, eu gostaria de ter tido mais acesso aos vídeos do YouTube. Eu provavelmente teria utilizado nas minhas aulas".
Tome por exemplo o famoso corvo "snowboard" que foi filmado várias vezes a deslizar um telhado gelado usando uma tampa de plástico. O video foi carregado para o YouTube em janeiro de 2012 e nos seus primeiros seis meses online, tinha sido visto mais de 670.000 vezes.
Ximena Nelson, biólogo da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, disse que tinha testemunhado um comportamento semelhante no papagaio kea, mas observou que é muito raro de se ver. Nelson disse num email à LiveScience que "a ciência cidadã pode dar uma ideia muito melhor da variedade de comportamentos de jogo interessantes, do uso de ferramentas, ou outro comportamento que é relativamente raro que pode ser encontrado entre os outros animais".
Nelson e a sua colega Natasha Fijn, da Australian National University, argumentam num artigo recente sobre comportamento animal que estes videos poderiam fornecer evidências e insights valiosos sobre brincadeiras animais incomuns ou mesmo desconhecidas.
Alguns cientistas já estão a usar esses recursos. Um estudo publicado recentemente na revista Wildlife Research pesquisou fotos e vídeos de tubarões-baleia que os turistas enviaram para sites de mídia social como o Flickr e YouTube. O estudo descobriu que os cientistas poderiam usar 85% dessas imagens para identificar com sucesso tubarões individuais, que podem ajudar os cientistas a rastrear e saber mais sobre os enormes animais.
Um filme carregado por cidadãos pode ser especialmente útil para aprofundar a nossa compreensão das brincadeiras animais, facto pouco estudado e por vezes difícil de observar. "Alguns dos vídeos abriram a porta para a reflexão sobre as relações inter-espécies", disse Bekoff.