Os camelos são os animais de cartaz para o deserto, mas os pesquisadores agora têm evidências de que estes animais peludos viveram no Ártico do Canadá.
Os restos fósseis de um camelo de 3,5 milhões de anos, foram encontrados na ilha de Ellesmere no norte do Canadá. O camelo era cerca de 30% maior do que os camelos modernos e foi identificado utilizando uma técnica chamada de impressão digital de colagénio.
A descoberta, detalhada a 5 de março na revista Nature Communications, sugere que os camelos modernos resultam dos parentes gigantes que viviam numa floresta do Ártico que era um pouco mais quente do que hoje.
Os camelos, que pertencem ao género Camelus, tiveram origem na América do Norte durante o período Eoceno há cerca de 45 milhões de anos, tendo depois cruzado para a Eurásia sobre o istmo de Bering, uma ponte terrestre entre o Alasca e a Rússia. Os seus parentes mais próximos são os lamas, alpacas, vicunhas e guanacos.
Os investigadores encontraram cerca de 30 pedaços de ossos que faziam parte da tíbia de um camelo. A localização do fóssil move a gama conhecida de camelos da América do Norte para ainda mais a norte cerca de 745 milhas (1.200 quilómetros).
A identidade do camelo e a sua idade foram determinados através da impressão digital de colagénio, uma técnica que mede a quantidade de uma proteína óssea chamada colagénio tipo I. Mamíferos diferentes têm valores característicos desta proteína, que sobrevive mais do que muitas outras moléculas biológicas no corpo.
A equipa datou o fóssil com cerca de 3,5 milhões de anos, um período conhecido como o período de meados de Plioceno quente. A temperatura global era cerca de 3,5 a 6 graus Fahrenheit (2 a 3 graus Celsius). O Alto Ártico do Canadá era florestado nessa altura.
O espécime fóssil assemelhava-se aos modernos camelos dromedários, com base na recolha de impressões digitais, mas era um terço maior em tamanho. Ele também tem semelhança com os camelos gigantes do Yukon que viveram a cerca de 1.240 milhas (2.000 km) de distância do local onde os ossos de camelo antigos foram descobertos. Os pesquisadores planeiam continuar a procurar restos de camelo no alto Ártico.