Comer abacate regularmente pode melhorar a qualidade na só da sua dieta, mas também de alguns marcadores importantes para a saúde, de acordo com uma nova análise.
Pesquisadores descobriram que comer abacate está associado a uma dieta de melhor qualidade geral, a níveis mais elevados de HDL (o colesterol "bom"), um menor risco da síndrome metabólica, um menor peso corporal, índice de massa corporal (IMC) e circunferência da cintura. Os resultados foram publicados na edição recente da revista Nutrition.
A síndrome metabólica, caracterizada por um conjunto de sintomas, aumenta o risco de uma pessoa para a doença cardíaca. Os sintomas incluem pressão arterial maior do que 130/85 mmHg, um nível de glicose no sangue em jejum de 100 mg/dl, ou superior; uma cintura de 40 polegadas ou mais nos homens e 35 polegadas ou mais nas mulheres.
De igual forma, na síndrome metabólica os níveis de HDL ("bom colesterol") são inferiores a 40 mg/dl nos homens e 50 mg/dl nas mulheres, e os níveis de triglicéridos são de 150 mg/dl ou superiores. Uma pessoa com três ou mais dos sintomas enumerados é diagnosticada com síndrome metabólica.
Para a análise, os investigadores examinaram a qualidade da dieta de 17.567 adultos com idades iguais ou superiores a 19 anos, que participaram da pesquisa NHANES sobre saúde nos EUA. Destes, 347 (2%) comia abacates. A sua ingestão média diária de abacate era cerca de metade de um abacate médio, contendo cerca de 114 calorias, metade dos quais provenientes de gordura.
O estudo descobriu que as pessoas que comiam abacate tinham uma ingestão significativamente mais elevada de frutas e vegetais em geral, e menor ingestão de açúcares adicionados. De igual forma, também apresentaram maior consumo de gordura total, gordura monoinsaturada, gordura poliinsaturada, fibras, vitamina E, magnésio, potássio e vitamina K, juntamente com uma menor ingestão de carboidratos.
Os abacates são ricos em gordura monoinsaturada, que tem sido associada com um menor risco de doença cardíaca. Pesquisas anteriores noutros países verificaram uma redução de 19% estimado no risco de doença coronária, quando a ingestão de gordura monoinsaturada é aumentada em 5%, escreveram os pesquisadores atuais no artigo.
As pessoas que comiam abacates também apresentaram melhores resultados no peso, pesando, em média, cerca de 8 quilos a menos do que os participantes que não comiam abacates. O grupo que comia abacate também apresentou um IMC menor, 26.7 contra 28.4, e as suas cinturas eram cerca de 2 centímetros mais estreitas. Finalmente, os entrevistados tinham níveis mais elevados de HDL: uma média de 55 mg/dl em comparação a 52,6 mg/dl das pessoas que não comiam abacates.
O estudo não prova uma relação de causa e efeito, apenas uma associação. Os pesquisadores reconhecem que as pessoas no estudo podem não ter-se lembrado do que comeram com precisão, além do grupo de pessoas que comiam abacate ser muito mais pequeno. Ainda assim, os resultados são intrigantes e sugerem o papel dos abacates na melhoria da qualidade da dieta e na redução de riscos de saúde.
