Hollywood adora um bom desastre. E um dos seus desastres favoritos, visto em filmes como "Armageddon" e "Impacto Profundo", ocorre quando a Terra é atingida por um asteróide.
Mas como o mundo viu na sexta-feira (15 de fevereiro), quando um meteoro explodiu sobre a Rússia, tal ataque cósmico não é apenas material de fantasias. O evento inesperado traz a pergunta que muitos podem ter, "E se um meteorito atingisse a minha cidade?"
O meteoro russo, visto na região de Chelyabinsk, a leste dos Montes Urais, feriu cerca de 1.000 pessoas (principalmente devido aos estilhaços da onda de impacto), mas não houve mortes relatadas, segundo a imprensa.
"Numa cidade mais povoada, veríamos muito mais do mesmo", disse Irwin Redlener, da Universidade de Columbia, em Nova York. "Não seria surpresa ver ferimentos fatais dos restos do vôo", disse Redlener. "Nós poderíamos antecipar algum dano muito sério."
Claro, se você já viu uma chuva de meteoros, você viu apenas uma chuva de meteoros. Os riscos apresentados por um meteoro variam dependendo do seu tamanho, localização e trajetória. Também depende de se ou não o meteoro irrompe numa bola de fogo na atmosfera, ou se um meteorito realmente atinge a superfície da Terra.
Enquanto pequenos meteoros entram na atmosfera da Terra numa base regular e não causam danos significativos, impactos maiores de asteróides na Terra dão-se entre cerca de dois a 12 anos. Um asteróide explodiu numa bola de fogo sobre a Indonésia em 2009, liberando a energia equivalente a cerca de 50.000 quilogramas de TNT.
O meteoro recente russo quebrou-se através da atmosfera a cerca de 40.000 milhas por hora (64,374 km por hora), disse Bill Cooke, da NASA. Se tivesse atingido a superfície da Terra, o dano teria sido muito maior. ''Provavelmente veríamos mortes consideráveis se atingisse uma área povoada'' disse Hugh Lewis, da Universidade de Southampton, na Inglaterra.
Felizmente, ''algo desse tamanho muito raramente penetra através da atmosfera'', disse Lewis. '' A atmosfera fornece-nos esta defesa incrível, por isso resulta numa bola de fogo incrível, e ele fragmenta-se em pequenos objetos.''
A capacidade das comunidades para resistir a uma bola de fogo meteórica, ou qualquer outro desastre, depende principalmente de duas coisas, de acordo com Redlener: preparação e resposta. E em ambas as áreas, enquanto as pessoas estão a ficar cada vez melhores, não há espaço para melhorias.
"A nossa capacidade de resposta tem vindo a aumentar substancialmente, especialmente nas grandes áreas urbanas", disse Redlener. No entanto, como a escala do desastre aumenta "essa capacidade diminui significativamente. O sistema é muito frágil". E os níveis de preparação variam de cidade para cidade e de região para região. "É extremamente aleatória", acrescentou Redlener.