As Origens das Azeitonas Reveladas

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As azeitonas foi domesticada pela primeira vez no Mediterrâneo Oriental há entre 8.000 e 6.000 anos atrás, de acordo com uma nova pesquisa.

Os resultados, publicados ontem (05 de fevereiro) na revista Proceedings of the Royal Society B, são baseadas na análise genética de quase 1.900 amostras de todo o Mar Mediterrâneo. O estudo revela que as azeitonas domesticadas, que são maiores e mais suculentas do que as variedades selvagens, foram, provavelmente, cultivadas pela primeira vez a partir de oliveiras selvagens na fronteira entre a Turquia e a Síria.

Desde os tempos bíblicos, a oliveira tem servido como um símbolo de paz, santidade e unidade. Arqueólogos desenterraram caroços de azeitonas em locais com cerca de 8.000 anos de idade. E datando de há 6.000 anos atrás, os arqueólogos encontraram evidências da produção de azeite em Carmel, Israel.

No entanto, exatamente onde a azeitona foi cultivada pela primeira vez tem sido muito debatido. Para desvendar a história da oliveira, a equipa recolheu 1.263 amostras cultivadas de oliveira e 534 amostras selvagens de todo o Mediterrâneo, e analisou o material genético de cloroplastos das árvores - as estruturas verdes das plantas onde acontece a fotossíntese. 

Como o ADN do cloroplasto é passado de uma árvore para as árvores descendentes que surgem em torno dela, o ADN pode revelar alterações locais em linhagens de plantas, disseram os pesquisadores. Posteriormente, os pesquisadores reconstruíram uma árvore genética para mostrar como a planta dispersou. A equipa descobriu que as frutas finas, pequenas e amargas selvagens primeiro deram lugar a azeitonas maiores e ricas em óleo, na fronteira entre a Turquia e a Síria.

O cultivo inicial das modernas azeitonas domesticadas veio principalmente de três locais: o Oriente Próximo (incluindo o Chipre), o Mar Egeu e o Estreito de Gibraltar. Posteriormente e gradualmente espalharam-se por todo o Mediterrâneo com o surgimento da civilização. Mas, para terem uma noção verdadeira de como a oliveira surgiu, os pesquisadores não devem apenas olhar para o ADN do cloroplasto, disse André Berville, geneticista do Instituto Nacional Francês de Pesquisa Agrícola, que não esteve envolvido no estudo. 

O ADN nuclear, que se encontra no pólen, também devem ser analisado, disse. "O pólen da oliveira é transportado pelo vento, por isso pode migrar longas distâncias", acrescentou. Combinando os dois tipos de ADN, permite aos pesquisadores entender não só o local de cultivo da oliveira, mas também como mudanças ocorreram com a longa distância.
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