Os astrónomos já coroaram a maior galáxia do universo conhecido, um gigante espetacular com cinco vezes o tamanho da nossa própria Via Láctea.
O titular agora é NGC 6872, uma espiral barrada encontrada a 212 milhões de anos-luz de distância, na constelação de Pavo sul, anunciaram os pesquisadores a 10 de janeiro. A distância entre os dois enormes braços em espiral da NGC 6872 é de 522.000 anos-luz, em comparação aos cerca de 100.000 anos-luz da Via Láctea.
NGC 6872 foi classificada entre as maiores galáxias espirais conhecidas há décadas. Mas só agora foi coroada a maior, após um minucioso estudo dos dados recolhidos por uma série de instrumentos, incluindo a nave espacial Galaxy Evolution Explorer da NASA, ou GALEX.
"Sem a capacidade do GALEX para detectar a luz ultravioleta das mais jovens e quentes estrelas, nunca se teria reconhecido a extensão deste sistema intrigante," disse o cientista Rafael Eufrasio, da NASA. Eufrasio apresentou os resultados na reunião da Sociedade Astronómica Americana, em Long Beach, Califórnia, tendo ressaltado que espirais maiores do que a NGC 6872 podem estar lá fora, ainda à espera de serem descobertas e estudadas em profundidade.
O enorme tamanho da NCG 6872 e a sua aparência estranha são a consequência da sua interação gravitacional com uma galáxia vizinha chamada IC 4970, que contém apenas 20% da massa de NGC 6872, dizem os pesquisadores. As simulações de computador sugerem que IC 4970 fez a sua maior aproximação há cerca de 130 milhões de anos, dando-se uma explosão de atividade em determinadas partes da NCG 6872.
"O braço nordeste da NGC 6872 é o mais perturbado e é ondulado com formação de estrelas, mas na sua extremidade distante, visível apenas no ultravioleta, está um objecto que parece ser uma galáxia anã semelhante ás observadas em sistemas que interagem com outros". A Barra NGC 6872, que liga os braços da galáxia e as suas regiões centrais, também é enorme, com um raio de 26.000 anos-luz. Não há evidência de formação estelar recente aparente na barra NGC 6872, sugerindo que se formou há vários mil milhões de anos ou mais.
A missão GALEX foi lançada em abril de 2003 para estudar a história da formação de estrelas no universo. A NASA parou de financiar a missão em Fevereiro de 2011, e em maio de 2012 entregou as rédeas da nave ao Instituto de Tecnologia da Califórnia, que mantêm a missão com fundos privados.
