As atualizações de status fugazes que você posta no Facebook podem deixar uma impressão mais duradoura do que você pensa. Uma nova pesquisa mostra que as pessoas são muito mais propensas a lembrarem-se do texto de mensagens no Facebook do que de rostos humanos e textos de livros.
No estudo, Laura Mickes, professora visitante na Universidade da Califórnia e pesquisadora sénior da Universidade de Warwick, e seus colegas configuraram um teste de memória em que aos participantes foram mostrados 200 frases, uma a uma durante três segundos cada, na tela do computador.
Metade das frases foram tiradas de atualizações anónimas do Facebook (por exemplo, "A biblioteca é um lugar para estudar, e não para falar ao telefone" e "O meu professor de matemática disse-me que eu era um dos seus alunos mais brilhantes"), e a outras frases foram retiradas de livros recentemente publicados.
Todas as seleções foram semelhantes em comprimento, e as mensagens do Facebook foram tiradas fora do contexto do site Facebook.com - sendo despojados de links, imagens e irregularidades como emoticons ou múltiplos pontos de exclamação.
Aos participantes foram então mostradas as 200 frases (100 das quais tinham visto antes) e instruídos a identificar quais reconheciam. Os pesquisadores descobriram que a memória dos participantes foi cerca de uma vezes e meia mais forte relativamente às publicações no Facebook do que às frases de livros. A experiência foi então ajustada, com as frases de livros substituídas por imagens de rostos. A memória dos participantes para mensagens do Facebook foi quase duas vezes e meia mais forte do que a memória para os rostos, disseram os pesquisadores.
Os pesquisadores especulam que as atualizações de status do Facebook são tão memoráveis porque são escritas em formatos espontâneos e mais próximos de fala natural do que o texto, polido e editado dos livros. Isso poderia explicar por que os pesquisadores também descobriram níveis semelhantes de memorização de comentários postados em artigos de notícias online, em comparação com manchetes e textos dos artigos.
A atualização do status omnipresente do Facebook tornou-se um ponto focal para os pesquisadores a tentar descobrir as motivações da vida real que levam a atividade nas redes sociais [saiba mais]. Um estudo publicado no mês passado descobriu que os estudantes universitários que postavam mais atualizações de status do que normalmente, sentiam-se menos solitário, mesmo que ninguém fizesse "Like" ou comentasse os seus posts [saiba mais]. O novo estudo aparece este mês na revista Memory & Cognition.