Desculpem rapazes, mas esfregar a cozinha pode não vos ajudar a ter sorte no quarto. Homens que fazem mais tarefas domésticas tipicamente vistas como feminino - como cozinhar, limpar e lavar - têm menos relações intimas do que os homens que não o fazem, segundo um novo estudo.
As descobertas, publicadas ontem (dia 30), na edição de fevereiro da revista American Sociological Review, são correlacionais, de modo que não podem dizer que existe uma relação de causa-efeito entre as tarefas domésticas e a atratividade.
As conclusões foram tomadas a partir de um conjunto de dados dos EUA com 20 anos, com informações de 4.561 casais de meia-idade relativamente a uma grande variedade de medidas, incluindo a frequência sexual e as tarefas domésticas. Em média, as mulheres fizeram 80% das tarefas diárias, como limpar a casa, lavar a roupa e cozinhar alimentos.
Historicamente, as mulheres têm feito a maioria destas tarefas de casa que foram percebidas, tradicionalmente, como trabalho de mulher, disse o co-autor Sabino Kornrich, sociólogo no Instituto Juan March, em Madrid. Os homens fizeram cerca de 55% das tarefas, como pagar contas, trabalhar no quintal, conduzir e fazer a manutenção do carro, que não precisa de ser feito numa base diária.
Os casamentos mais igualitárias tendem a ser mais felizes. Mas os homens que fizeram mais das tarefas tradicionalmente femininas tiveram relações intimas com menos frequência do que aqueles que não passaram muito tempo a lavar ou cozinhar. No geral, os casais tiveram relações um pouco mais do que uma vez por semana.
Enquanto a sociedade tem feito progressos enormes na valorização do trabalho das mulheres pagas, os scripts de género podem permanecer em casa. Combater esses scripts podem diminuir um pouco a atração das mulheres pelo seu parceiro. Outra possibilidade é que os casais com mais papéis semelhantes podem sentir-se um pouco menos como opostos e mais como irmãos.
Constance Gager, socióloga da Montclair State University, em Nova Jersey, que não esteve envolvido no estudo, analisou os mesmos dados e descobriu que quando as tarefas não são segregados em tarefas "masculinas" ou "femininas", os homens que fazem mais tarefas domésticas tendem a ter relações intimas com mais frequência.
Em função disso, é difícil concluir que as tarefas femininas realmente tornam os parceiros menos atraídos um pelo outro, e é mais provável que algum fator possa explicar a ligação.