As Libélulas não têm os grandes cérebros dos seres humanos, mas ainda fazem o trabalho. Uma nova pesquisa sugere que esses insetos têm células cerebrais capazes de feitos anteriormente vistos somente em primatas.
Especificamente, as libélulas podem filtrar a informação visual inútil e concentrar-se num alvo, um processo chamado de atenção seletiva. O novo estudo, publicado a 20 de dezembro na revista Current Biology, é o primeiro a encontrar células cerebrais dedicadas à atenção seletiva num animal invertebrado.
A atenção seletiva é crucial para responder a um estímulo entre as dezenas de distrações que clamam por aviso, a qualquer momento, disse Steven Wiederman da Universidade de Adelaide, na Austrália. Mas pouco se sabe sobre como o cérebro fecha sobre as suas metas e ignora tudo.
Para descobrir, Wiederman e seu colega David O'Carroll viraram-se para um animal improvável. Os pesquisadores estudam há muito tempo a visão do inseto, e a libélula acaba por ser muito hábil nessa arena.
Para descobrir, Wiederman e seu colega David O'Carroll viraram-se para um animal improvável. Os pesquisadores estudam há muito tempo a visão do inseto, e a libélula acaba por ser muito hábil nessa arena.
Usando uma sonda de vidro com uma ponta 1.500 vezes menor que um fio de cabelo humano, os pesquisadores mediram a atividade neuronal que permite a caça aérea tão surpreendente. Um processo semelhante está em ação no cérebro dos primatas, disse O'Carroll, mas os pesquisadores não estavam à espera de ver a mesma coisa num inseto que evoluiu há 325 milhões de anos.
A abundância de outros insetos tem inspirado modelos de robôs. Cientistas suíços, por exemplo, construíram um drone que paira a imitar insetos na sua capacidade de sobreviver a colisões com objetos duros. Às vezes, os insetos são recrutados diretamente. Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte informaram em setembro que tinham conseguido criar baratas Madagáscar cyborg.