Sir David Attenborough, naturalista britânico e famoso apresentador de televisão, tem algumas palavras duras para a humanidade. "Nós somos uma praga sobre a Terra", disse Attenborough à Radio Times, conforme relatado pelo The Telegraph.
Attenborough chegou a dizer que as mudanças climáticas são problemas que se avolumam para a humanidade. "Ou nós limitamos o nosso crescimento populacional ou o mundo natural vai fazer isso por nós, e o mundo natural já está a fazer isso para nós", disse ele.
Sir David não é apenas o naturalista que alertou para os recursos do crescimento populacional. Paul Ehrlich, presidente do Centro de Biologia da Conservação da Universidade de Stanford e autor de "The Population Bomb" (Sierra Club-Ballantine, 1968) tem usado uma linguagem semelhante. E em 2011, uma análise de perda de espécies sugere que os seres humanos estão a começar a provocar uma extinção em massa semelhante à que matou os dinossauros.
Quando questionado acerca dos comentários de Attenborough relativamente à humanidade como o seu próprio flagelo, Ehrlich disse estar "totalmente de acordo, como o fazem todos os outro cientistas que entendem a situação". Mesmo assim, isso não significa que devam ser tomadas medidas enérgicas. "A propaganda governamental, os impostos, dar acesso a contraceção, e, principalmente, dar às mulheres direitos absolutamente iguais e oportunidades semelhantes às dos homens poderia muito bem refletir-se no encolhimento da população global evitando o colapso", disse Ehrlich.
Na verdade, fornecer gratuitamente medidas de controlo de natalidade às mulheres, poderia evitar entre 41 e 71% dos abortos nos Estados Unidos, de acordo com um estudo detalhado na edição de 4 de outubro de 2012, da revista Obstetrics and Gynecology.
Outros cientistas também concordam em certa medida, com o coração da mensagem de Attenborough. "É claro que o crescimento populacional crescente faz com que alguns dos nossos maiores desafios ambientais sejam mais difíceis de resolver", disse de Jerry Karnas, do Centro de Diversidade Biológica em Tucson, Arizona
Karnas acrescentou, no entanto, "O que é necessário não é o controle da população, mas uma verdadeira ênfase nos direitos reprodutivos, o acesso das mulheres, a capacitação universal ao controle de natalidade e educação, a liberdade para que mais gente possa fazer escolhas mais informadas de planeamento familiar".
E os números da população teriam menos importância para a saúde do planeta se a energia limpa e renovável fosse amplamente adotada, bem como o planeamento de leis, acrescentou. Attenborough é famoso pela sua "Vida na Terra", série de documentários sobre vida selvagem. Em 2009, ele tornou-se patrono da Optimum Population Trust, um grupo que defende a limitação da população voluntária.
Na época, ele divulgou um comunicado a dizer: "Eu vi animais selvagens sob crescente pressão humana em todo o mundo e não é só da economia humana ou tecnologia - Atrás de cada ameaça está a explosão assustadora do número de humanos". A população da Terra chegou a 7.000 milhões de pessoas em 31 de outubro de 2011, de acordo com estimativas das Nações Unidas.
