A dependência de cigarros e outras drogas pode resultar em ligações anormais no córtex frontal do cérebro, uma área fundamental para o auto-controle, sugere um novo estudo.
O craving (desejo) pela droga pode ser causado por muitos fatores, tais como a visão das drogas, a sua disponibilidade e a falta de auto-controle. Agora, os investigadores descobriram alguns dos mecanismos neurais envolvidos no craving pelo cigarro. Duas áreas do cérebro, o córtex órbito-frontal e o córtex pré-frontal, interagem para ligar ou desligar o craving, dependendo se as drogas estão disponíveis, relatou ontem o estudo (dia 28) na revista Proceedings.
Os pesquisadores escanearam os cérebros de 10 fumadores moderados a pesados usando a ressonância magnética funcional (fMRI), que mede a atividade cerebral pelas mudanças no fluxo sanguíneo. Os pesquisadores mediram a atividade, enquanto os participantes assistiram a clipes de vídeo de pessoas a fumar, bem como vídeos neutros. Antes de ver, alguns temas foram informados de que os cigarros estariam disponível imediatamente após a experiência, enquanto outros foram informados de que teriam que esperar 4 horas antes de acender um cigarro.
Quando os participantes assistiram aos vídeos sobre fumar, os seus cérebros mostraram um aumento da atividade no córtex medial orbitofrontal, uma área do cérebro que atribui valor a um comportamento. Quando os cigarros estavam disponíveis imediatamente, ao invés de horas mais tarde, os fumadores relataram maior desejo e os seus cérebros mostraram mais atividade no córtex pré-frontal dorsolateral.
Os pesquisadores acreditam que esta área modula o valor. Os resultados mostram que a dependência envolve um circuito cerebral importante para o auto-controle e tomada de decisão. Antes de alguns dos exames, os participantes do estudo foram expostos a estimulação magnética transcraniana, ou TMS. Isso é um método não invasivos de excitação neural em que se induzem fracas correntes elétricas numa região particular do cérebro.
Quando o córtex pré-frontal dorsolateral foi desativado usando TMS, não houve diferença na atividade cerebral entre os que assistiram os clipes de fumar e aqueles que assistiram os vídeos neutros; esses dois grupos também relataram desejos igualmente baixos por cigarros. O bloqueio desta região do cérebro corta a ligação entre o desejo e a sensibilização para a disponibilidade de cigarros, o que sugere que a supressão da região poderia reduzir a ansiedade provocada por um acesso iminente à droga.
Os cientistas vão discutir sobre as áreas exatas do cérebro que são os alvos mais importantes, sendo a estimulação magnética transcraniana um método útil. "Isso dá a esperança de ser capaz, de maneira não invasiva, de ajudar as pessoas a parar de fumar", disseram os pesquisadores.
Fumadores?!
ResponderExcluir