Uma criança de 8 semanas de idade, em Los Angeles, ficou doente depois do seu pai ter misturado a fórmula do bebé com gin em vez de água por acidente.
Embora não seja claro se o pai estava a dizer a verdade, o bebé foi encontrado com um nível elevado de álcool no sangue - o equivalente a cerca de cinco vezes o limite legal para um adulto conduzir um veículo motorizado.
O bebé foi levado para as urgências depois da sua ama perceber que a criança estava a passar por problemas respiratórios - incluindo falta de ar - e encontrava-se muito mole. No hospital, os médicos ordenaram um teste de álcool no sangue, após terem cheirado o álcool no bebé. O pai mencionou a possível mistura do gin em vez de água somente após ter sido questionado sobre o nível elevado de álcool no sangue do bebé.
Os médicos consideram este acontecimento como um "evento de risco de vida aparente", ou ALTE, um episódio que é alarmante para um observador, porque uma pessoa apresenta sintomas como alteração de cor ou engasgos. Quando os médicos de emergência vêm um caso como este, devem trabalhar rapidamente para descobrir o que pode estar errado com o paciente, disse Taylor McCormick, médico de medicina de emergência no University of Southern California Medical Center.
Casos de intoxicação infantil por álcool são raros, e os médicos de emergência não podem sempre pensar em verificar o nível de álcool no sangue de um bebé de álcool, quando vêm um ALTE, disse McCormick. No hospital onde o bebé foi tratado, os médicos ordenaram testes de álcool no sangue a bebés apenas seis vezes durante o curso de um ano, e sabiam de apenas um outro caso em que os resultados tinham voltado positivos (a sala de emergências trata mais de 22.000 crianças por ano).
McCormick e seus colegas descrevem este caso de intoxicação alcoólica infantil na edição de janeiro da revista Pediatrics. Há poucos estudos sobre intoxicação alcoólica em crianças, mas pelo que se sabe, os bebés parecem metabolizar o álcool mais rapidamente que os adultos. Os sintomas da intoxicação alcoólica em bebés podem incluir dificuldade em respirar, atividade reduzida e convulsões.
Os efeitos a longo prazo sobre o bebé também não são claros. No entanto, as dificuldades de respiração poderiam privar o cérebro do bebé de oxigénio, possivelmente causando danos cerebrais. O bebé passou vários meses no hospital, e acabou por ser entregue ao cuidado dos pais adotivos depois do Departamento de Crianças e Serviços Familiares ser notificado sobre o caso.
Os médicos ficaram preocupados com um ligeiro atraso no desenvolvimento verificado no bebé. No entanto, se esta condição estava presente antes do envenenamento, ou resultou dele, é difícil dizer, aponta McCormick, mas "é certamente possível que ele possa ter um défice duradouro da intoxicação pelo álcool".
