Células cerebrais reprogramadas em ratos vivos

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http://www.ciencia-online.net/2013/01/celulas-cerebrais-reprogramadas-em.html
Os cientistas mostraram que é possível reprogramar células cerebrais especializadas em ratos jovens - uma descoberta que eles dizem poder levar a novos tratamentos para distúrbios que matam neurónios, como a esclerose lateral amiotrófica (ELA).

Também chamada de doença de Lou Gehrig, a ELA paralisa aos poucos o corpo, atacando neurónios que controlam o movimento dos músculos. 

No estudo em ratos vivos, os pesquisadores foram capazes de criar neurónios semelhantes aos neurónios corticoespinhais motores (um de dois tipos de neurónios que a ELA mata) a partir de neurónios de projeção calosa, que conectam os dois hemisférios do cérebro e são geralmente afetados pela ELA.

A descoberta sugere que os médicos podem ser capazes de usar os neurónios intactos para repor o fornecimento de células devastadas pela doença neurodegenerativa. "As doenças neurodegenerativas normalmente afetam uma população específica de neurónios, deixando muitos outros intactos", disse Paola Arlotta, bióloga de células-tronco de Harvard. 

Os investigadores utilizaram um factor de transcrição ou uma proteína que regula a expressão de outros genes, chamados Fezf2, para acionar a reprogramação. Pensa-se que o Fezf2 desempenha um papel crítico no desenvolvimento de neurónios corticospinais no embrião.

Arlotta disse que a descoberta "mostra que talvez o cérebro não é tão imutável como sempre pensavamos, porque pelo menos durante uma janela de início de tempo pode-se reprogramar a identidade de uma classe neuronal, numa outra classe". 

Os cientistas afirmam serem necessários mais estudos para testar se tal reprogramação é possível em animais mais velhos, e nos seres humanos. De igual forma, deve testar-se se a técnica pode ser aplicada para além do cérebro, no restante sistema nervoso central. O estudo foi detalhado online domingo (20 de janeiro) na revista Nature Cell Biology.

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