Pesquisadores de mergulho na costa da Geórgia podem ter encontrado os restos de uma baleia cinzenta Atlântica, uma relíquia de uma população que foi caçada até à extinção, no século XVIII. Mas este espécime particular morreu muito antes dos baleeiros se tornarem uma ameaça. A datação por carbono mostra que o fóssil, um maxilar esquerdo, tem cerca de 36.000 anos de idade.
O grande osso foi descoberto pela primeira vez, juntamente com duas vértebras muito corroídas perto de Gray Reef National Marine Sanctuary, cerca de 20 milhas (32 km) ao largo do sudeste da Geórgia, em 2008. Os pesquisadores demoraram dois anos para retirar todas as peças do fóssil, que estava incorporado em camadas de concha e areia 70 pés (21 metros) abaixo da superfície. A mandíbula foi recuperada em secções e mede 5 pés (1,5 m) de comprimento.
Os pesquisadores dizem que o osso é claramente de uma baleia e é muito parecido com o da baleia cinzenta, Eschrichtius robustus. Esta espécie é apenas localmente extinta. As Baleias-cinzentas podem ser encontradas atualmente em números bastante fortes, mas somente no Oceano Pacífico, e mesmo estes estiveram à beira da extinção quando a indústria baleeira reinou.
Anteriormente, os cientistas acreditavam que a baleia cinzenta Atlântica tinha sido uma espécie distinta. Mas uma pesquisa recente demonstrou que estas baleias desaparecidas e as que vivem no Pacífico são, na verdade, as mesmas. "As cinzentas da Califórnia parecem exatamente as que foram desenterradas na Escandinávia, no século XIX," disse Ervan Garrison, professor de geoarqueologia da Universidade da Geórgia.
A idade da nova amostra de cerca de 36.570 anos torna-a um dos mais antigos fósseis encontrados na bacia do Atlântico ocidental, dizem os pesquisadores. A pesquisa foi detalhada no mês passado, online na revista Paleontologica Electronica.