Nova descoberta abre portas à pesquisa com vista à cura do cancro, que é uma das doenças mais assustadoras para a população Mundial. O cancro caracteriza-se pela anormal proliferação das células podendo ocorrer em distintas partes do corpo, nomeadamente no pulmão, mama, pele, etc.
Profissionais de saúde por todo o Mundo esforçam-se para descobrirem um tratamento ou cura eficaz. Neste âmbito, um grupo de cientistas portugueses desenvolveu uma estratégia que conduz as células cancerosas ao suicídio, evitando assim a sua propagação.
Profissionais de saúde por todo o Mundo esforçam-se para descobrirem um tratamento ou cura eficaz. Neste âmbito, um grupo de cientistas portugueses desenvolveu uma estratégia que conduz as células cancerosas ao suicídio, evitando assim a sua propagação.
A Luta contra o Cancro é um movimento que tem tentado, ao longo dos anos dar respostas cada vez mais fiáveis e eficazes no tratamento e possível cura deste doença que atinge, diariamente, milhares de pessoas em todo o Mundo. O Cancro é uma doença delicada, que se demonstra em vários tipos, e pode atingir todos os géneros, idades e classes sociais.
No entanto as boas notícias chegam-nos pelas mãos de cientistas portugueses, que desenvolveram uma estratégia que ‘obriga’ as células cancerosas a suicidarem-se, evitando a sua multiplicação e agravamento da doença. O grupo de cientistas, coordenado por Hélder Maiato, de 36 anos, do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) da Universidade do Porto, utilizaram a primeira linha de células tumorais isoladas, do ano de 1951, oriunda de um cancro do colo do útero.
Estas células são bastante utilizadas em laboratório, como modelo, já que possuem características imortais. A partir destas células, os cientistas portugueses fizeram várias experiências, registadas em microscópio, e conseguiram interferir nesse processo de divisão celular, isto é, evitar que as células se propagassem, através do seu suicídio.
Uma célula, ao dividir-se, desencadeia um processo de mitose, isto é, toda a informação genética compacta existente nos cromossomas, terá que se distribuir de forma igual, formando-se assim uma pequena ligação entre os cromossomas e a maquinaria que faz a distribuição da divisão celular. Segundo Hélder Maiato “Alterações neste interface são conhecidas por estarem na base da instabilidade genética que ocorre em vários tipos de cancro”.
Após várias experiências com o objectivo de desenvolver uma modificação no processo de mitose, através de uma única reacção química, o resultado foi surpreendente, e Hélder Maiato indica que “Quando impedimos que esta modificação acontecesse, as células não conseguiam estabilizar o interface e não conseguiam fazer o tal fuso mitótico e dividir-se. […] Acabavam por morrer, sem conseguirem dividir-se.”
“Através de uma única modificação, podemos controlar o processo de divisão celular”, resume Helder Maiato. Esta descoberta foi já publicada no Journal of Cell Biology, e está na base de um pedido de patente para a Europa, apresentado pelo IBMC no Reino Unido em Outubro. Relativamente ás implicações que estas descobertas podem ter no futuro, o cientista português afirma que “Deste resultado saiu uma potencial nova terapia. Pode ser feita uma pequena modificação nesta proteína em laboratório e, ao introduzir a proteína nas células certas – neste caso, nos tumores –, poderemos impedir que se dividam”.