Rinoceronte cozido até à morte há 9 milhões de anos atrás, revela fóssil

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http://www.ciencia-online.net/2012/11/rinoceronte-cozido-ate-morte-ha-9.html
Há cerca de 9,2 milhões de anos atrás, um rinoceronte de dois chifres adolescente foi literalmente cozido à morte quando o monte Vesúvio explodiu numa erupção de lava que chegou a mais de 750 graus Fahrenheit (400 graus Celsius), dizem os cientistas. Como resultado ficou um crânio bem preservado do Rhinocerotid, com uma história para contar.

Uma análise do crânio preservado na rocha vulcânica sugere que a morte terrível do animal foi quase instantâneo. "[O] corpo foi cozido numa temperatura de aproximadamente 400 °C, sendo desmembrado dentro do fluxo piroclástico e o crânio separado do corpo", escreveram os pesquisadores online a 21 de novembro na revista PLoS ONE. O fluxo de cinzas vulcânicas levou o crânio separado cerca de 19 milhas (30 quilômetros) para norte do local da erupção, para o local onde foi descoberto na Capadócia, Turquia Central.

"O crânio articulado e mandíbula foram encontrados sozinhos, e não havia ossos de outros rinocerontes, com exceção de alguns fragmentos de costelas, disse o pesquisador Pierre-Olivier Antoine, da Universidade de Montpellier, França. Quando vivo, o rinoceronte (Ceratotherium neumayri) teria pesado entre 3.300 e 4.400 libras (1.500 e 2.000 kg), com o tamanho de um rinoceronte branco jovem, embora ostentando uma curta cabeça. O animal tinha entre 10 e 15 anos de idade, um jovem adulto, quando morreu na erupção.

Antoine escavou dezenas de crânios de fósseis nos últimos 19 anos, e disse que as superfícies externas eram "bastante incomuns". Por exemplo, "a superfície óssea era áspera e ondulada em todo o crânio e mandíbula, e a dentina (o componente interno dos dentes) era incrivelmente frágil, e corroído. Quando analisaram os restos sob microscópio, os pesquisadores encontraram alterações estruturais que sugerem que o animal tinha sido aquecido a altas temperaturas de fluxos vulcânicos.

"Não havia um vulcão real, mas uma caldeira que espalhou enormes quantidades de cinzas vulcânicas sobre Cappacocia, durante milhões de anos, durante o intervalo da final do Mioceno-Plioceno", que durou de cerca de 9.5 a 3 milhões de anos, disse Antoine. Exemplos de caldeiras semelhantes, embora muito menores, são o Monte Pinatubo, nas Filipinas e Krakatoa, uma ilha vulcânica a oeste de Jacarta, na Indonésia.

A chamada caldeira Çardak está inativa hoje. Mesmo assim, espessas camadas de cinza vulcânica têm-se acumulado ao longo de milhões de anos. "Então, a erosão gerada lá está entre as mais magníficas paisagens que eu já vi", escreveu Antoine.


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