Quando as pessoas tomam decisões precipitadas, tendem a cometer mais erros. Agora, um novo estudo sobre macacos explica o porquê: As células do cérebro tornam-se hipersensíveis a nova informação, mesmo má, tornando-nos propensos a tirar conclusões erradas.
"Quando tentamos fazer as coisas muito rapidamente, tendemos a cometer mais erros e, depois, quando abrandamos tendemos a ser mais precisos", disse o co-autor Richard Heitz, neurocientista da Universidade de Vanderbilt. "O seu cérebro vê as coisas de maneira diferente quando você é colocado numa situação em que tem que tomar decisões rápidas".
Os resultados, que estão detalhados na edição de 7 de Novembro da revista Neuron, poderiam lançar luz sobre a falha de tomada de decisão das pessoas com esquizofrenia ou outros transtornos mentais. Para explicar o fenómeno Heitz e seus colegas treinaram dois macacos para jogar um jogo em que tinham que escolher a letra L num mar de T's ou vice-versa.
Antes de cada rodada, um círculo colorido aparecia na tela para indicar se os macacos seriam recompensados pela velocidade ou precisão. No teste de velocidade, os macacos só recebiam um esguicho de sumo saboroso se encontrassem a letra correta rapidamente. No teste de precisão, os macacos recebiam o esguicho de sumo, independentemente do tempo demorado para encontrar a letra certa, mas tinha um "tempo de espera" se eles cometessem um erro.
Os pesquisadores, então, registaram a atividade dos neurónios na região do cérebro responsável pelo raciocínio mais elevado, o córtex pré-frontal. Quando os macacos aprenderam que o próximo julgamento seria um teste de velocidade, a atividade elétrica desses neurónios aumentou ainda antes de iniciar o teste, como carros a acelerar os seus motores em preparação para uma corrida.
Durante as provas de velocidade, a equipa descobriu que os neurónios responsáveis pelo processamento visual dispararam mais fortemente quando os macacos indicaram que haviam encontrado a carta certa. Os neurónios eram mais sensíveis, como se os objetos na tela realmente aparececem mais brilhantes para o cérebro quando tinham de tomar decisões rapidamente, disse Heitz.
Essa maior sensibilidade pode parecer boa, mas "porque é amplificada, você pode reagir a ela como se fosse mais importante do que realmente é", ou seja, até mesmo respostas defeituosas podem ser vistas como corretas.