Um grupo de pesquisadores implantou armadilhas fotográficas em 447 locais ao longo de uma secção de 1.024 km do caminho cénico que se estende de Maine até à Geórgia. A equipa analisou a forma como a distribuição de oito espécies de mamíferos tem sido alterado pela perda de habitat, caça, turismo e estradas perto da trilha. Eles descobriram que cada factor tem diferentes impactos sobre os animais.
O desbaste de florestas ao longo da Trilha dos Apalaches parecia empurrar ursos e linces, mas atrair raposas e guaxinins. Ursos e linces foram os mais negativamente afetados pela caça ao longo da trilha, enquanto guaxinins beneficiaram, segundo o estudo. A, remoção de predadores maiores às vezes resulta num crescimento da população para os carnívoros menores, neste caso, guaxinins, apontam os pesquisadores.
A equipa também observou que secções da trilha fortemente movimentadas, desanimam ursos, mas talvez sem surpresa chamam raposas, omnívoros que são muito fãs de alimentos humanos. Estradas perto da trilha, por sua vez, atraem mais cervos, mas não parecem ter muito efeito sobre as outras criaturas, descobriram os pesquisadores.
"Não é nenhuma surpresa que os animais são afetados pelo que está acontecendo ao seu redor", disse o pesquisador Bill McShea, ecologista da Smithsonian Conservation Biology Institute. "Mas o que nos surpreendeu foi a diferença de efeitos entre as espécies e que a nossa observação das mudanças na ocupação foi o produto dos efeitos cumulativos destes fatores em cada uma das oito espécies".
McShea e seus colegas, cuja pesquisa foi detalhada recentemente na revista PLoS ONE, disse que a proteção dos habitats florestais e o incentivo à reflorestação ao longo da trilha iria beneficiar um número de mamíferos nativos para a área. A caça também devem ser cuidadosamente monitorizada para determinadas espécies, recomendam os pesquisadores.
