Caverna conta conto de 13.000 invernos

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As cavernas de Oregon, onde a estalagmite registou cerca de 13.000 invernos.
Os cientistas descobriram uma estalagmite em uma caverna de Oregon, que conta a história de milhares de invernos no noroeste do Pacífico.

"A maioria das outras formas de estimar o clima do passado, como os dados dos anéis de árvores, só nos falam do verão, quando as plantas estão crescendo," disse o pesquisador da Universidade Oxford, Vasile Ersek. Mas entender os invernos antigos também é importante para regiões como a América do Norte ocidental, onde as condições frias são fundamentais para determinar os recursos hídricos.

Para o seu estudo, Ersek e seus colegas examinaram uma formação cavernosa chamada estalagmite que começou a formar-se há 13.000 anos numa caverna. Durante os invernos húmidos da região, a água da terra infiltrou-se através do teto da caverna e escorria para o chão, com os pingos lentamente formando a estalagmite ao longo do tempo.

A proporção de oxigénio e isótopos de carbono (átomos do mesmo elemento com um número diferente de neutrões) nestes depósitos fornece informações sobre o clima antigo. Medições dos pesquisadores desses componentes químicos mostraram que o noroeste do Pacífico da pré-história recente viu mudanças rápidas entre os períodos de seca e quente, e frio e húmido, semelhante ao observado atualmente. Numa positiva, ou quente, fase, as águas superficiais do Pacífico oeste tornam-se mais frias e parte do leste do Oceano aquece, enquanto o oposto ocorre durante uma fase negativa, ou fria.

"Conseguir uma perspectiva de longo prazo sobre esses tipos de variações climáticas naturais podem ajudar-nos a compreender o potencial de perda futura da cobertura de neve de inverno ao longo da Costa Oeste, bem como o que está acontecendo no Pacífico para influenciar outros eventos climáticos cíclicos, tais como o El Niño".

O registo da caverna parou antes da era industrial começar, segundo os pesquisadores, de modo que a estalagmite, infelizmente, não oferece pistas sobre como as atividades humanas têm influenciado o clima de inverno. O estudo foi detalhado esta semana na revista Nature Communications.


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