Efeito placebo pode depender dos seus genes

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A sua resposta a placebos pode depender dos seus genes, de acordo com um novo estudo. Pessoas com uma variante do gene que codifica níveis mais elevados de dopamina para o cérebro respondem melhor a placebos do que aqueles com a versão de baixa dopamina.

As descobertas, publicadas na revista PLoS One, poderão ajudar os pesquisadores a desenvolver estudos médicos que distinguem a resposta ao placebo do efeito de base de um medicamento - o objetivo real dos testes de drogas.

"Este é um caminho possível para discernir quem é que vai responder ou não a um placebo, num ensaio clínico", disse a co-autora Kathryn Hall da Beth Israel Deaconess Medical Center, em Brookline, Massachusetts.

As pessoas relatam que se sentem melhor após receber um placebo, como uma pílula de açúcar ou tratamento falso, por condições que variam de dores crónicas à doença de Parkinson. Mas apenas alguns pacientes respondem fortemente, e não há maneira de prever quem irá melhorar com um placebo.

Alguns estudos têm fornecido pistas. Diferenças nas versões do gene catecol-O-metiltransferase  (COMT), que determina os níveis de dopamina no córtex pré-frontal do cérebro, estão ligadas às diferenças de recompensa de procura e de percepção da dor. Pessoas com a versão de alta dopamina ou alelo, do gene COMT, sentem dor mais aguda e procuram recompensas mais fortes do que aqueles que têm a cópia de baixa dopamina.

Isso levou os pesquisadores a perguntar-se se o gene modula a resposta placebo. Para descobrir, Hall e seus colegas analisaram o DNA de 104 pacientes com síndrome do intestino irritável, que foram randomizados para um de três grupos: num foi dito que eles estavam na lista de espera para tratamento, outro recebeu um placebo na forma aparentemente real de acupuntura e o terceiro grupo recebeu acupuntura falsa de um profissional.

Os pacientes com a versão de alta dopamina do gene sentiram-se um pouco melhor depois de receberem a acupuntura placebo. Os resultados sugerem que estudos médicos chamados testes clínicos podem identificar tratamento versus efeito placebo agrupando pacientes por variante do gene, disse Hall. Sabendo-se antecipadamente o nível de efeito placebo num ensaio clínico poder-se-ia reduzir o custo do processo de forma significativa usando menos participantes, por exemplo.

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