BPA pode piorar problemas de fertilidade nas mulheres

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A exposição à substância química bisfenol A (BPA) pode reduzir a fertilidade em mulheres que já têm problemas de fertilidade, sugere um novo estudo. O estudo envolveu mulheres que tentam conceber filhos através de fertilização in vitro (FIV), um tratamento de fertilidade, que inclui tomar hormonas para estimular a produção de óvulos  Estes são coletados, e os investigadores tentam fertilizá-los em laboratório.

No estudo, os médicos coletaram menos 24% de óvulos em mulheres com altos níveis de BPA nos seus corpos, em comparação com as mulheres que tinham baixos níveis da substância química industrial. As mulheres com níveis elevados de BPA também tiveram menos óvulos que foram fertilizados com sucesso.

O BPA é encontrado em muitos produtos, incluindo alimentos enlatados, plásticos, recibos de cartão de crédito, entre outros. O produto químico não permanece no corpo por muito tempo, por isso os níveis de BPA de uma pessoa podem variar substancialmente, dependendo da sua exposição num dado dia.



As novas descobertas, de acordo com estudos realizados em animais, sugerem que a exposição ao BPA reduz a fertilidade. Por exemplo, um estudo publicado no mês passado descobriu que a exposição ao BPA aumenta o risco de desenvolvimento de óvulos anormais em macacos. O novo estudo descobriu apenas uma associação, não uma relação de causa-efeito direta. Além disso, os pesquisadores não verificaram quantas mulheres ficaram grávidas, sendo que não podem dizer se o BPA afeta as taxas de gravidez.

No entanto, se os resultados forem confirmados por pesquisas futuras, os médicos poderão um dia medir os níveis de BPA em mulheres que não conseguem engravidar por meio de fertilização in vitro, ou que têm baixos rendimentos de óvulos durante o processo. Os médicos poderão verificar se reduzir a exposição ao BPA em mulheres com altos níveis faz a diferença.

No novo estudo, Russ Hauser, de Harvard School of Public Health, e seus colegas analisaram informações de 174 mulheres que se submeteram à fertilização in vitro entre 2004 e 2010. Os pesquisadores mediram os níveis de BPA em duas amostras de urina das mulheres: uma efectuada durante o tratamento hormonal e uma efectuada duas semanas depois, no dia em que os óvulos foram recolhidos. Quase 90% das participantes tinham BPA na urina.

Em média, cerca de 12 óvulos foram coletados de mulheres com os mais baixos níveis de BPA, enquanto que nove foram coletados de mulheres com os mais altos níveis de BPA. Ao tentar fertilizar os óvulos, os pesquisadores descobriram que mulheres com altos níveis de BPA tinham 27% menos óvulos que poderiam ser fertilizados do que as mulheres com baixos níveis de BPA.

Não é claro se o BPA pode afetar a produção de óvulos em mulheres na população em geral - é possível que mulheres submetidas a FIV sejam particularmente suscetíveis aos efeitos da substância química, disseram os pesquisadores. O estudo foi publicado online na revista Human Reproduction.


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