Segundo um novo estudo, que pode revelar a forma como humanos e felinos predadores conseguem coexistir, o dia pertence aos seres humanos, mas a noite é a hora dos tigres. O estudo foi levado a cabo nas florestas do Nepal, mais propriamente no Parque Nacional Chitwan, no centro-sul do Nepal, onde se encontram tigres em vias de extinção, que partilham o mesmo espaço que os seres humanos.
Por esse facto, defende o estudo, os tigres passaram a restringir a sua atividade ao período noturno, em que a presença humana é mais ténue. Para o investigador Jianguo Liu, da Michigan State University, este facto tem implicações importantes pois demonstra a capacidade de ambas as espécies coexistirem, bem como a capacidade adaptativa dos tigres.
O Parque Nacional Chitwan é o lar do maior número de tigres do Nepal, embora os grandes felinos sejam raros, estimando-se que existam cerca de 125 tigres. Os ataques a humanos são raros, apesar de um adolescente de 17 anos ter sido morto por um tigre em Chitwan, em abril, depois de entrar no parque para cortar relva.
Os Tigres de Bengala (Panthera tigris tigris), a espécie presente em Chitwan, estão listados como ameaçados de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza. Há provavelmente menos de 2000 destes tigres em estado selvagem, em todo o mundo.
De facto, a maior atividade noturna dos tigres parece apontar os humanos, cuja presença, os empurra para horas em que o contato entre as espécies é menos provável de ocorrer. Os resultados desta investigação foram publicados na revista Proceedings.