Supercomputador irá recriar o universo desde o Big Bang até à actualidade

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Os cientistas gostariam de ser capazes de retroceder o universo e ver o que aconteceu desde o início. Uma vez que isso não é possível, os pesquisadores devem criar os seus próprias mini-universos dentro de computadores e desencadear as leis da física sobre eles, para estudar a sua evolução.

Agora, os pesquisadores estão a planear a mais detalhada, e de maior escala, simulação deste tipo até à data. Um dos mistérios principais que esperam resolver é a origem da energia escura que está a causar a aceleração do universo.

A simulação é um novo projeto liderado pelos físicos Salman Habib e Heitmann Katrin do Argonne Illinois National Laboratory, EUA, e será executado no supercomputador Mira, o terceiro computador mais veloz do mundo. O programa vai usar centenas de milhões de "partículas". O computador vai deixar correr o tempo, e ver como as partículas se movem através do espaço em resposta às forças que agem sobre eles.

No decorrer da simulação, esses pedaços de matéria irão acumular-se por gravidade para formar bolhas maiores e maiores representando aglomerados de galáxias e superaglomerados de galáxias. Para evoluir o universo desde o Big Bang até 13,7 bilhões depois, aos dias de hoje, a simulação vai demorar até duas semanas. 

O objetivo final é comparar as observações do melhor telescópio da estrutura no universo com a estrutura apresentada no modelo de computador, para testar a teoria dominante da cosmologia. A energia escura é o nome dado ao que está a promover a aceleração da expansão do Universo. Quando esta aceleração foi descoberta pela primeira vez na década de 1990, chocou a comunidade científica, porque as teorias previam que a expansão do Universo seria estável ou iria diminuir, por causa da atração da gravidade.

As atuais teorias postulam que a energia escura é o que é chamado de constante cosmológica, um termo de Einstein quando pensou em colocar nas suas equações da relatividade geral a representação da energia do vácuo do universo. Embora Einstein tenha decidido não incluir o termo, os cientistas mais tarde percebeuram que poderia explicar as observações atuais da expansão do universo.

No entanto, os cosmólogos não estão satisfeitos com esta explicação. Embora as simulações baseadas na constante cosmológica até agora pareçam coincidir com o que se viu em grandes observações do universo, os cientistas pensam que a próxima geração de observações pode revelar detalhes discrepantes.

Se uma constante cosmológica não é o culpado pela expansão acelerada do universo, outra possibilidade é que o espaço contém algum outro tipo de massa ou energia, como um campo, que está a distanciar tudo. 


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