Esquemas para arrefecer artificialmente o planeta podem parecer loucos e confusa. A mais recente proposta de geo-engenharia fundamenta-se no dióxido de carbono (CO2). Ernest Agee e colegas da Universidade Purdue, em Indiana, EUA, propõe a instalação de congeladores gigantes no coração da Antártida, onde as temperaturas já são dezenas de graus abaixo de zero.
Uma vez que o ar no interior dos congeladores é arrefecido a -140 °C, o dióxido de carbono no seu interior irá congelar-se como "neve CO2". O CO2 sólido pode então ser armazenado no subsolo. Os cálculos de Agee sugerem que seria possível eliminar 1 bilião de toneladas de CO2 por ano, desta forma, usando a energia fornecida por 16 parques eólicos, cada gerando 1200 megawatts de eletricidade.
As emissões de gases com efeito de estufa foi de 33 biliões de toneladas de CO2 em 2010 e é provável que continuem a aumentar nos próximos anos, por isso a proposta de Agee não poderá ir muito longe. A escala das nossas emissões é um problema para conceitos e propostas similares, como a fertilização do oceano com ferro.
Mas será viável esta proposta? Certamente que não. Os cálculos são bastante otimistas, diz Tim Kruger do Programa de Geoengenharia Oxford, da Universidade de Oxford. Por exemplo, os investigadores assumem que as centrais são 100% eficiente, o que é impossível.
Além disso, o CO2 torna-se apenas um pouco menos do que 400 partes por milhão da atmosfera. Isso significa que para cada volume de dióxido de carbono que fica congelado, Agee teria de resfriar 2500 volumes de ar - portanto, muito da energia utilizada seria desperdiçada.
Será também difícil de armazenar o CO2, uma vez que é congelado. Ou ele terá que ser permanentemente arrefecido abaixo do seu ponto de congelação, o que implica o funcionamento dos congeladores para sempre, ou o CO2 terá de ser armazenados em câmaras seladas que podem suportar uma pressão intensa, já que uma vez aquecido o CO2 expande.