Na última década, os astrónomos observaram materiais argilosos em Marte que parecem indicar que no passado, grandes massas de água encheram a superfície marciana. Mas uma nova pesquisa sugere que o magma pode formar alguns desses depósitos lisos rapidamente, e a Marte antiga pode não ter sido tão molhada como pensávamos.
A região da Polinésia Francesa tem depósitos similares destas argilas estranhas, que os cientistas descobriram ter sido formadas pelo arrefecimento do magma, em vez de água. Uma vez que a água é considerada essencial para a vida, as descobertas de argila marcianas complicam a questão de saber se o antigo planeta vermelho fora hospitaleiro para a vida.
As argilas na Terra tendem a aparecer perto de fontes de água. O processo leva tempo, e por isso a presença de argilas em Marte parece indicar a presença de corpos de água no passado, tais como oceanos, lagos e riachos.
Mas há quatro grupo de geólogos, descobriu que argilas no Atol Mururoa, na Polinésia Francesa formaram-se rapidamente com arrefecimento do magma ao invés de lentamente com a água fria do oceano. Como o magma resfria, pequenos espaços vazios dentro da lava solidificam e comportam-se como minúsculos fogões de pressão, formando a última geração de minerais, incluindo argilas. As argilas ricas em ferro encontradas neste atol do Oceano Pacífico são semelhantes na composição de algumas misturas minerais em Marte.
Embora Marte seja hoje demasiado frio para ter água líquida, com uma atmosfera muito fina, a formação relacionada com a água de argilas tem sido um dos indicadores de que Marte era no passado mais quente e húmido. Todavia, esta nova perspectiva não implica que Marte primitivo tenha sido um deserto estéril. Há outros sinais de que o jovem planeta teve água na sua crosta, incluindo sistemas fluviais extensos, lagos e oceanos.
Porque a água é considerada essencial para os organismos vivos evoluírem, os cientistas pensam que áreas ostentando argilas poderiam ser bons sítios para a busca de vida em Marte. Mas áreas com argilas formadas por magma seriam menos ideais para hospedar vida. No entanto, é improvável que todas as argilas em Marte fossem criados pelo mesmo processo.
Mesmo num cenário improvável em que todas as argilas de Marte fossem criadas por magma de refrigeração, os minerais que contêm têm sido implicados nos processos bioquímicos iniciais que levaram ao RNA e DNA, a espinha dorsal da vida como a conhecemos. A sua presença por si só pode ser considerado um passo importante para os primeiros processos biológicos e químicos.
