Um novo tipo de gerânio, geneticamente modificado para ser de longa duração e não ter pólen, oferece a promessa de plantas livres de espirro para quem sofre de alergia. Pesquisadores em Espanha usaram uma bactéria geneticamente modificada para "infetar" os gerânios, criando plantas que incapazes de espalhar componentes alérgicos nem se reproduzir com plantas selvagens.
Luis Cañas, cientista do Instituto de Biología Molecular y Celular de Plantas (IBMCP) em Espanha, defende que estas abordagens biotecnológicas podem ser usadas noutras espécies ou culturas ornamentais. Os pesquisadores escolheram, para modificar, plantas Pelargonium, arbustos floridos conhecidos popularmente como gerânios.
Estas plantas têm sido criadas selectivamente para terem características específicas, nomeadamente a cor, mas Cañas e seus colegas queriam dar uma vida mais longa ás plantas. De igual forma, pretendiam também torná-las estéreis, retirando-lhes a capacidade de produzir pólen. Segundo os investigadores, a falta de pólen não só é um grande passo para quem sofre de febre do feno, mas também impede a libertação acidental dos transgenes para o meio ambiente.
Para fazer isso, os investigadores alteraram geneticamente a bactéria agrobacterium tumefaciens, para transportar um gene modificado que iria aumentar a produção da hormona citocinina na planta, o que tem um efeito anti-envelhecimento em células vegetais. Eles modificaram outro gene que iria interferir com a produção de pólen e anteras (lóbulos pequenos redondos que seguram o pólen na flor).
A investigação foi publicada na revista BMC Plant Biology. Estes gerânios anti-alérgicos ainda não estão disponíveis para comércio, já que enquanto organismos geneticamente modificados, eles terão que passar por um processo de aprovação regulamentar.