A versátil planta de canabis pode ter um novo uso, sendo utilizada para controlar as crises epilépticas com menos efeitos secundários do que os fármacos anti-convulsivos atualmente prescritos. Ben Whalley, da Universidade de Reading, Reino Unido, e seus colegas trabalharam com a GW Pharmaceuticals em Wiltshire, Reino Unido, para investigar as propriedades anti-convulsivas do cannabidivarin (CBDV), um produto químico pouco estudado encontrada no canabis e algumas outras plantas.
Não é grande, a evidência de que os canabinóides podem ser usados para controlar as crises humanas, diz Whalley, mas os efeitos secundários podem ser um benefício relativamente aos anti-convulsivos comuns. A equipa investigou a eficácia da CBDV (um dos cerca de 100 canabinóides não-psicoativos encontrados no canabis) como anti-convulsivante.
Eles induziram ataques a ratos, que experimentaram ataques de menor gravidade e menor mortalidade quando recebiam o canabinóide, em comparação com animais que receberam um placebo. A droga também apresentou menores efeitos colaterais e foi melhor tolerada do que três dos anti-convulsivantes mais largamente prescritos.
As crises epilépticas afetam cerca de 1% da população. Não controladas, podem levar ao declínio cognitivo, à depressão, ou até a morte. A decisão sobre se a testar a droga em humanos será feita no próximo ano.
"Este é um resultado muito positivo", diz Ley Sander, especialista em epilepsia da Universidade College London, no Reino Unido, que não esteve envolvido no estudo. "Precisamos de novos medicamentos", diz ele. "Para 20-30 por cento das pessoas com epilepsia, nada parece funcionar."
Mas ele recomenda cautela. "Os animais do estudo tornam-se epilépticos artificialmente", diz ele, o que não é como a epilepsia adquirida em humanos. Ele acrescenta que o que se vê em modelos animais nem sempre se traduz diretamente em seres humanos.