O cérebro humano evoluiu para procurar alimentos ricos em gordura e açúcar. Mas uma preferência que começou como um mecanismo de sobrevivência, no nosso tempo de abundância, passou a ser uma compulsão auto-destrutiva. É bem sabido que a má alimentação pode desencadear a obesidade e a diabetes. Há evidências crescentes de que estes desencadeiam também a doença de Alzheimer e alguns pesquisadores agora vêm-na agora apenas como outra forma de diabetes.
Se essa perspectiva estiver correta, isso tem implicações enormes, e graves, defende a NewScientis. O mundo já enfrenta uma epidemia de diabetes. A perspectiva de uma epidemia paralela de Alzheimer é realmente assustadora, em termos de sofrimento humano e do custo económico. O que se pode fazer para lutar contra isso? Uma opção é o envolvimento judicial. Algumas tentativas moderadamente bem-sucedidas já foram feitas para processar as empresas de alimentos para os responsabilizar pelo seu papel na criação da epidemia de obesidade.
Se um nexo de causalidade entre a comida, a gordura e a doença de Alzheimer pode ser estabelecida, é altamente provável que mais processos judiciais se seguirão. Tais ações têm o seu lugar, mas esta é uma maneira trabalhosa e cara de promover mudanças. De igual forma, nem as alavancas políticas à nossa disposição parecem promissores.
Campanhas de sensibilização têm sido de uso limitado em reverter a maré da obesidade. Será que a ameaça adicional de demência será mais difícil de ignorar? Impostos sobre alimentos não saudáveis podem resultar. Neste sentdio, a Dinamarca e um punhado de outros países estão a fazer experiências a esse nível mas ainda não está claro se têm impacto real.
De forma mais rebuscada, podemos acabar por ficar apenas com a opção de bloquear medicamente a ânsia de fast-food, ou as suas consequências. No entanto, esta perspectiva traz também enormes complicações e evita o problema, em vez de combatê-lo. Mas o cérebro humano também evoluiu para encontrar soluções engenhosas para os problemas intratáveis.