Adolescentes com excesso de peso não consomem necessariamente mais calorias

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Adolescentes com excesso de peso, na verdade, comem menos calorias por dia, em média, do que os seus homólogos sem excesso de peso, defende um novo estudo. Entre os 12 e 14 anos de idade, as raparigas que eram obesas comiam, em média, cerca de 300 calorias a menos por dia do que as raparigas com excesso de peso, e estas consumiam 110 calorias a menos por dia do que as raparigas com peso saudável.

Quando os pesquisadores analisaram as calorias consumidas pelos rapazes entre os 15 e os 17 anos de idade, descobriram que os obesos comiam cerca de 220 calorias a menos por dia do que os rapazes que estavam com excesso de peso (mas não obesos). E os rapazes com excesso de peso consumiram cerca de 375 calorias a menos do que os rapazes com peso saudável, mostrou o estudo.

Os resultados ilustram a dificuldade de perder peso cortando somente calorias, especialmente quando o peso é adquirida no início da vida, disseram os pesquisadores. "Para as crianças mais velhas e adolescentes, aumentando a participação na atividade física pode ser mais importante no peso e na saúde do que a dieta", disse a pesquisadora Asheley Cockrell Skinner, professora assistente de políticas de saúde e pediatria da Universidade da Carolina do Nortel. 

As descobertas podem fornecer validação para os adolescentes com excesso de peso que enfrentam uma realidade frustrante: eles comem menos do que os seus colegas com peso normal, mas continuam a pesar mais. "Eu acho que nossas descobertas são particularmente importantes do ponto de vista social", disse Skinner. Os resultados foram publicados na revista Pediatrics.

De forma mais concreta, no estudo, Cockrell Skinner e seus colegas analisaram dados coletados de 12.650 crianças americanas entre 2001 e 2008. Eles olharam para o número de calorias que as crianças relataram consumir diariamente, com base num detalhado questionário alimentar de dois dias.

Durante um exame físico, os pesquisadores observaram alturas e pesos das crianças, tendo usado essa informação para calcular o índice de massa corporal (IMC). Com base nos seus valores de IMC, as crianças eram consideradas de peso saudável, com excesso de peso ou obesos.

Os achados apontam para a necessidade de prevenir a obesidade no início da vida. Os esforços para perder peso em crianças mais velhas e adolescentes, devem ter como forco a atividade física, que pode vir a ser uma estratégia mais útil do que incentivar a restrição calórica, defendem os pesquisadores. 

Todos os pais devem apontar para os seus filhos uma alimentação saudável, mas não devem assumir que as crianças com excesso de peso estão a comer pior do que os seus pares, disse Skinner. De facto, uma redução acentuada de calorias nas crianças não é boa para o seu crescimento nem desenvolvimento corporal.



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