Universo artificial construído em supercomputador

Dygnim

A construção de um universo a partir do zero, a fervilhar de galáxias semelhantes às que nos rodeiam é agora possível através da utilização de supercomputadores, dizem pesquisadores. A nossa galáxia, a Via Láctea, é uma galáxia espiral com um disco largo e os braços estendidos, como muitas outras na nossa vizinhança cósmica. De facto, as galáxias espirais são comuns, mas os modelos de computador do passado que visavam simular com precisão o nascimento e a evolução do universo ao longo de biliões de anos tinham problemas em criá-las.

Novas simulações de computador podem agora recriar o tipo de comunidades galácticas observadas no nosso universo, começando com o brilho observado no Big Bang e evoluindo no tempo. O supercomputador Odyssey da Universidade de Harvard permitiu simulações que comprimiram quase 14 biliões de anos em apenas alguns meses.

O novo software é chamado Arepo e foi criado por Volker Springel do Instituto Heidelberg para estudos teóricos na Alemanha. Simulações anteriores dividiam o espaço numa grelha fixa de cubos, onde cada um  simulava o comportamento das substâncias no seu interior. O Arepo utiliza uma grelha que pode remodelar-se, preenchendo-se com tetraedros de tamanho e forma variável. Quanto mais substância contém uma região, como o gás, estrelas, matéria escura e energia escura, mais tetraedros o Arepo dedica a essa região, o que lhe permite simular o comportamento e fluxo dessas substâncias com mais precisão.

No futuro, os pesquisadores pretendem simular volumes muito maiores do universo em resolução sem precedentes, criando o modelo ainda maior e mais realista do universo. Os cientistas publicaram os seus achados na revista Monthly Notices da Royal Astronomical Society.