Nanoparticulas lubrificadas entram no cérebro

Dygnim

Em teoria, as nanopartículas poderiam fazer chegar drogas terapêuticas a um tumor cerebral, mas navegar pelos estreitos espaços entre as células cerebrais é difícil. A lubrificação pode ajudar. Justin Hanes da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, EUA, ficou surpreso ao descobrir o quão impermeável o tecido cerebral é a nanopartículas.


Pensou-se que a aderência do tecido cerebral é limitada ao tamanho das partículas que podem facilmente espalhar-se através do cérebro. Moléculas de sinalização, de nutrientes e produtos residuais inferiores a 64 nanómetros de diâmetro podem passar através do tecido com relativa facilidade, mas as nanopartículas maiores e mais apropriadas para transportar uma carga útil de droga para uma localização específica no cérebro, rapidamente ficam presas.

Para contornar esse problema Hanes e seus colaboradores doplicaram o limite de tamanho. Eles revestiram as suas nanopartículas com uma blindagem densa de polímeros, que lubrifica a superfície, evitando interacções electro-estáticas e hidrofóbicas com o tecido circundante. Utilizando esta abordagem, foi possível observar a difusão de nanopartículas de 114 nanómetros de diâmetro, através de cérebros de ratos vivos e tecido cerebral dissecado de ratos e humanos.

O resultado representa um progresso significativo na batalha para administrar drogas dentro do cérebro, de forma a tornar os tratamentos mais eficazes e mais duradoura contra doenças cerebrais, tais como tumores e acidentes vasculares cerebrais, mas são necessárias mais pesquisas antes que a equipe pode avançar para testes clínicos em humanos.